14 Jul
14Jul

Na mesma janela de lançamentos, acabamos de conferir o reboot de Superman, comandado por James Gunn reiniciando o Universo DC. Com roteio atual, descrevendo os dilemas políticos, sociais e esfregando na cara do público a corrupção econômica vangloriada por disputas bélicas, o novo Homem de Aço possui um senso de justiça que o mundo de hoje carece tanto. Agora, com o novo Jurassic, encontramos narrativas semelhantes no campo da ética, biologia e clonagens de seres impulsionados pelos avanços tecnológicos. Uma franquia que se inaugurou com Steve Spielberg em 1993. Spielberg nos encantou com uma trilogia com o terceiro filme Jurassic Park III nas mãos do cineasta Joe Johnston, em 2001. Depois uma nova era se iniciou em 2015 com Jurassic World: O Mundo dos Dinossauros [por Colin Trevorrow]que teve uma sequência em 2018 [por Juan Antonio Bayona] e outra em 2022, trazendo Trevorrow de volta na direção. 

O cineasta britânico Gareth Edwards assume a franquia, comandando o sétimo projeto desta história. Jurassic World: Recomeço se desconecta da narrativa anterior, mas nos coloca em linha direta com a história original a fim de justificar o novo capítulo desta aventura. No passado, pesquisas deram errado na antiga ilha remota em que dinossauros viviam. Agora, décadas depois, esta ilha, e seus gigantes habitantes, é alvo de magnatas, bilionários, em busca de poder e controle, usufruindo de testes antiéticos em nome de uma “saúde comum”, mas, que o único objetivo, é o controle de quem tem mais. O novo elenco é encabeçado pela dupla Scarlett Johansson e Jonathan Bailey. O lado oposto do bem é antagonizado por Rupert Friend, no papel do bilionário ambicioso Martin. Mahershala Ali, Manuel Garcia-Rulfo, Bechir Sylvain e Luna Blaise completam o elenco. 


O famoso “mais do mesmo” 

Quando paramos para analisar a história que se descortina diante de nós pelas telonas, é perceptível de que o que estamos vendo, nós já vimos em algum lugar. Ironicamente, isso se aplica dentro até mesmo da própria franquia, em que um cientista, uma dupla boa de briga e de tiros e um protagonista com senso ético evoluído se unem a um cara do mal, com intenções questionáveis, e partem para uma aventura remota. Nesta única frase anterior, acabamos de resumir cada um dos sete filmes que compõem a franquia Jurassic. Mas, vamos nos ater à obra que se apresenta para nós neste ano: Martin [Friend] bilionário e reconhecido por suas ações antiéticas sabe da existência de uma ilha na zona equatorial da América. O lugar é remoto e lá, sem a presença de humanos, vivem dinossauros. Inclusive, é nesta ilha que está instalado aquele laboratório de pesquisas nestes animais gigantes que aparece nos filmes anteriores. 

Martin une-se à espiã/agente secreta/segurança particular Zora Bennett [Johansson], que aceita a missão pelo dinheiro. À dupla une o cientista Dr. Henry [Bailey] e, na travessia, o amigo Duncan [Ali]m une-se à expedição. A missão consiste no seguinte: extrair o sangue dos três maiores dinossauros vivos. Um que vive na água, um que se ambienta sobre a terra e um dinossauro do ar. O protagonismo do filme concentra-se em Zora e Henry. Ela, que carrega uma traumática experiência do passado, de uma missão que não deu certo e ele, um cientista sem muitas elocubrações em sua carreira, que vive em busca da aventura que poderia transformar para sempre a sua vida. É perceptível que o roteiro até tentou abordar conceitos mais atuais e contundentes no campo da biologia como a clonagem de espécies e os avanços em pesquisas que auxiliam em curas de doenças até então inexistente. 

No meio desta missão, a equipe, inesperadamente se depara com a família de Ruben [Garcia-Rulfo] em apuros com suas duas filhas e o namorado da mais velha. Estes personagens funcionam como trampolim para que a narrativa principal possa evoluir. Do segundo ato para o final, passamos a assistir duas jornadas. Enquanto a equipe segue firme com a perigosa missão, a família de Ruben tenta sobreviver numa ilha deserta, somente habitada por dinossauros perigosos e gigantes. O filme entretém. Tem sua dose de humor, de perigo, de ação e de aventura. Perde-se em alguns diálogos pouco explorados e as vezes avança demais numa narrativa que careceu mais de tempo de tela. Ao contrário, ele também acaba se perdendo em cenas que poderiam ter sido resumidas. Enfim, o novo Jurassic continua cumprindo com o seu pape. O trio sobrevivente desta aventura pode, quem sabe, ganhar mais um capítulo e continuando a ousar com suas histórias.




Por Dione Afonso  |  Jornalista

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