O spin-off de The Boys teve um primeiro ano muito bem aceito pelo público. Série revelou um clímax mais concentrado na tentativa de dar arcabouço à Vought e aos Super Sete. Ambientado na Universidade Godolkin, em que crianças e jovens que possuem o Composto V, aprendem a lidar com seus poderes. O primeiro ano soube introduzir este novo ambiente e apresentou um jovem time de heróis que promete muito para o futuro. Há, através das mãos de Erik Kripke, seu criador, mais dois derivados a caminho, pelo menos. Enquanto um estará focado no Grupo Empresarial Vought, o outro voltará mais ainda no passado e focará em Soldier Boy e Tempesta, personagens da mais recente temporada.
A segunda temporada de Gen V, inicia um novo capítulo na história dos alunos de Godolkin: enquanto uns vivem uma espécie de solitária prisional, outros precisam lidar com o que está acontecendo na universidade. O time de protagonistas Marie Moreau (Jaz Sinclair); Cate Dunlap (Maddie Phillips); Emma Meyer (Lizze Broadway); Jordan Li (London Thor/Deek Luh) e Sam (Asa Germann) estão confusos, divididos, e enquanto uns fogem e se escondem, outros vivem amedrontados e com receios de seres castigados pelo novo Reitor Cipher (Hamish Linklater). A conexão com a série original The Boys é mais direta e objetiva com a presença de Sábia, recentemente integrada ao grupo dos Sete e de Luz Estrela, Black Noir e o A-Train.
Chama-nos a atenção, já logo num primeiro olhar a soberania e seu jeito carrancudo de Cipher. O novo diretor é misterioso, emblemático e, de certa maneira, cheio de segredos. Seu jeito enigmático e maléfico é o bastante para controlar Cate e seu poder de usurpar mentes e de pôr medo e pavor no restante dos alunos. Ganha destaque o seu súbito interesse por Marie, a ponto de desconsiderar todo o resto. Claro que isso fica mais do que claro para todos nós que o que Cipher deseja é usar o poder de Marie, só não descobrimos para que ele precisa do poder dela. A atuação de Linklater é grandiosa, ele é, de fato, um ser humano que sabe pôr medo apenas com o olhar. E isso é o bastante para ganhar a nossa atenção.
Enquanto o vilão já se encontra pré-estabelecido todo o resto da narrativa precisa encontrar seu ponto certo para que a história ganhe sentido e relevância. A chegada de Luz Estrela, abrupta, não contribuiu para que a narrativa ganhasse força, muito pelo contrário, confundiu ainda mais o público, sem entender para que ela veio. Contudo, a última cena, no último episódio, teria sido o suficiente para a sua aparição, ao lado de A-Train. Entretanto, isto não compromete a nossa experiência. A temporada ganha um caráter mais lento e calmo em sua narrativa, exigindo de nós um pouco mais de paciência e atenção. Jordan Li também cresce muito neste segundo ano, e, assim como Emma, eles ganham mais destaque, graças às suas atuações. Ficou claro que Marie é a protagonista e que tudo a partir dali girará em torno de seu poder.
Por fim, toda a temporada tentou de alguma forma honrar com a presença de Chance Perdomo, que interpretou Andre na primeira temporada. Infelizmente fomos surpreendido com a morte repentina do jovem ator, vítima de um acidente de trânsito. Por conta de sua ausência, o roteiro teve que alterar toda a história. O ponto positivo de tudo isto é que Perdomo não passou despercebido da história, o ponto negativo é que sua memória acabou tomando conta de todos os episódios, sendo assim, o fio condutor da história. De certa forma, isso acabou gerando um desconforto, pois a cada diálogo o nome Andre surgia como uma agulha sendo espreitada contra nossa pele, a fim de abrir uma ferida que já havia sido cicatrizada.
Por Dione Afonso | Jornalista